FBDS lança ato convocatório para contratação de serviços especializados

A Fundação busca entidade especializada para apoiar o planejamento e execução de APLs de baixo carbono

A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) informa a todos os possíveis interessados que realizará uma seleção de propostas, na modalidade de concorrência, para “Contratação de Serviços Técnicos Especializados em Planejamento e Apoio à Implementação; Elaboração e Monitoramento de Projetos de Arranjos Produtivos Locais (APLs)”.

Todas as informações necessárias para a participação no processo concorrencial constam do documento “Ato Convocatório – Concorrência No 001/2021”, publicado no dia 18 de agosto de 2021 no site do Projeto Rural Sustentável Caatinga, seção Projeto / Documentos do Projeto (LINK). Os documentos de Habilitação, a Proposta Técnica e a Proposta de Preço deverão ser entregues até às 23:59h do dia 02 de setembro de 2021, para o e-mail prs.caatinga20@fbds.org.br.


Como pensar a Caatinga no contexto do novo relatório do IPCC?

Documento do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas faz alerta importante para o mundo e a Caatinga

O novo relatório Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) deixa claro que as mudanças climáticas são resultado da ação humana direta e devastadora sobre o meio ambiente, sem precedentes nos últimos dois mil anos. O documento, que está na sua sexta edição, lançado na Suíça, no dia 9 de agosto, aponta para a urgência de reduzir a emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE), que é um dos pilares de atuação do PRS Caatinga.

O texto do relatório mostra que o planeta aqueceu 1,09ºC e desse total 1,07ºC representa os efeitos causados pelo homem. Nesse cenário, as regiões semiáridas podem ter suas condições agravadas. Os efeitos da alteração do clima são uma realidade com danos acelerados e que colocam em risco a vida no planeta. Combinados os efeitos naturais e os impactos causados pela ação humana indiscriminada algumas mudanças no clima são irreversíveis.

As evidências científicas relatadas no documento apontam que a atividade humana feita sem planejamento ou conformidade fará, certamente, com que eventos climáticos  extremos como ondas de calor, chuvas e até intensas secas sejam vividos mais incisivamente, aumentando também o risco de crises hídricas, incêndios, desastres naturais e pandemias.

Alguns efeitos que já estão sendo sentidos no país são, por exemplo, a seca no Brasil Central e o impacto na produtividade agrícola, além do risco de racionamento elétrico por conta da falta de chuvas. Na economia, há um aumento significativo no preço dos alimentos e crescente insegurança alimentar, especialmente das populações mais pobres que já estão fragilizadas pelos impactos econômicos da pandemia de Covid-19 e o aumento do desemprego. Há reflexos importantes na segurança hídrica com o esvaziamento de reservatórios e segurança energética com risco de racionamento.

 

Principais pontos do relatório

  • A influência da ação humana nas mudanças climáticas que ocasionam o aumento de temperatura é inquestionável.
  • As ondas de calor triplicaram em relação ao período de 1850-1900.
  • O nível do mar praticamente triplicou se comparado com o período de 1901-1970. Nos últimos 100 anos, o mar subiu 20 cm. As projeções do IPCC até o final do século apontam que o mar pode subir até 1 m.
  • O aumento da temperatura nesse século será de 1,5°C a 2°C se não houver forte redução de emissão de gases de efeito estufa.

 

Impactos no semiárido

O semiárido brasileiro é a área seca mais povoada no mundo e enfrenta historicamente eventos climáticos extremos. Globalmente, a tendência é que a temperatura média aumente em 1,5°C até 2030, se nada for feito, e as ondas de calor são um futuro certo.

No Nordeste, as projeções do IPCC indicam uma queda de cerca de 30% na chuva e um aumento de temperatura de 3°C a 4°C , agravando o processo de desertificação. Em áreas como a Caatinga, a temperatura média pode ultrapassar os 40°C, o que representa um grave risco para as atividades agrícolas.  Nesse sentido, as mudanças climáticas produzem impactos sociais e econômicos ao abalar a capacidade da região de produzir alimentos e, consequentemente, o esvaziamento das áreas rurais por conta das terras se tornarem improdutivas.

Outro dano é o aumento do processo de desertificação. O relatório anterior do IPCC, com data de 2019, indicou que se somadas as áreas desertificadas da Caatinga equivalem ao tamanho da Inglaterra. Com o aumento da temperatura, este fenômeno tende a se agravar na região.

– O relatório acende um alerta para situações já irreversíveis e nós, enquanto projeto voltado para a produção sustentável, tomamos as evidências científicas como um norte. Podemos sublinhar o pioneirismo da Caatinga na criação de soluções para lidar com altas temperaturas, um fenômeno cada vez mais frequente em diferentes regiões do planeta. São saberes locais desenvolvidos para a convivência com o semiárido, com  um valor inestimável porque as mudanças do clima são um tema global. Em paralelo, o nosso projeto trabalha para a redução de emissões de gases de efeito estufa, levando para os agricultores rurais tecnologias agrícolas de baixo carbono -, disse o diretor do PRS Caatinga, Pedro Leitão.

 

Mitigação e Adaptação

Nesse contexto, duas palavras de ordem são mitigação, da emissão de gases de efeito estufa, e adaptação, às mudanças climáticas.  De acordo com o IPCC (2007), mitigação significa “implementar políticas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e aumentar os sumidouros”. Já a adaptação são “as iniciativas e medidas para reduzir a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos contra os efeitos reais ou esperados das mudanças climáticas”.

Limitar as emissões de GEE pode retardar alguns processos de degradação que impactam diretamente na questão das mudanças climáticas. “É o que a Ciência tem a dizer para toda a sociedade e aos governos. O documento deixa claro que para limitar o aquecimento global são necessárias reduções fortes, rápidas e sustentadas de CO2, metano e outros gases de efeito estufa”, comenta Pedro Leitão, Diretor do PRS Caatinga.

“Na Caatinga, a adoção de tecnologias agrícolas de baixo carbono pode contribuir para, por exemplo, reduzir as emissões de gás carbônico, oriundo do desmatamento, e o metano, produzido pela digestão entérica dos animais. Por outro lado, as estratégias de adaptação, já consolidadas nos territórios da Caatinga, se tornam cada vez mais importantes no cenário global”, acrescentou.

 

Referências

IPCC, 2021: Climate Change 2021: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Sixth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Masson-Delmotte, V., P. Zhai, A. Pirani, S. L. Connors, C. Péan, S. Berger, N. Caud, Y. Chen, L. Goldfarb, M. I. Gomis, M. Huang, K. Leitzell, E. Lonnoy, J. B.R. Matthews, T. K. Maycock, T. Waterfield, O. Yelekçi, R. Yu and B. Zhou (eds.)]. Cambridge University Press. In Press. Disponível em https://www.ipcc.ch/report/ar6/wg1/downloads/report/IPCC_AR6_WGI_Full_Report.pdf

IPCC, 2007: Climate Change 2007: Synthesis Report. Contribution of Working Groups I, II and III to the Fourth Assess-ment  Report  of  the  Intergovernmental  Panel  on  Climate  Change  [Core  Writing  Team,  Pachauri,  R.K  and  Reisinger,  A.(eds.)]. IPCC, Geneva, Switzerland, 104 pp. Disponível em https://www.ipcc.ch/site/assets/uploads/2018/02/ar4_syr_full_report.pdf


PRS Caatinga apoia tecnologias sociais que contribuem para igualdade de gênero

Fogões agroecológicos e ecoeficientes: soluções inovadoras em energia que fazem o diferencial de projetos no semiárido

A Caatinga é um repositório vivo de tecnologias sociais, que são soluções produzidas na convivência com o semiárido – entre elas existe a experiência dos fogões agroecológicos e ecoeficientes, criados para dar maior autonomia às mulheres. Fomentar a adoção de tecnologias sociais inovadoras em energia é uma das metas do PRS Caatinga e pode ser um diferencial no apoio a projetos locais.

Oficina realizada pela Casa da Mulher do Nordeste
Foto: Renata Barreto

– Esses fogões ajudam no combate às mudanças do clima, porque reduzem as emissões do gás carbônico, pela diminuição da queima da lenha. Entendemos que é uma iniciativa alinhada aos objetivos do nosso projeto e por isso pode ser um diferencial nas nossas ações de apoio a projetos no semiárido. A mulher é figura central na agricultura familiar praticada na Caatinga e a produção dos fogões está fundamentada em saberes, habilidades e materiais locais que criam tecnologias sociais sustentáveis. São soluções utilizadas na Caatinga que podem ser aplicadas em diversas regiões do mundo, convergindo sabedoria popular, organização social e conhecimento técnico-científico –, explica Pedro Leitão, diretor do PRS Caatinga”.

Os fogões agroecológicos e ecoeficientes são pequenas edificações, feitas com tijolos e ferro fundido, que mantêm o calor, tornando a geração de energia para o preparo de alimentos mais eficiente. Eles ajudam a preservar o meio ambiente porque reduzem o consumo de lenha já que podem ser abastecidos com pequenos gravetos e restos de podas coletadas ao redor da casa. Como consequência, as mulheres, que geralmente se ocupam dos afazeres domésticos, não precisam dispensar muito tempo na coleta de lenha longe da sua residência.

 

Formação de redes de conhecimento

A transmissão do conhecimento de como produzir os fogões ocorre por meio da capacitação, com oficinas de edificação. Munidas desse aprendizado, as mulheres agricultoras se tornam multiplicadoras dessa tecnologia social.

“Da perspectiva social, os fogões levam mais qualidade de vida para as mulheres. Do ponto de vista ambiental, essas tecnologias sociais evitam o desmatamento, além de diminuírem a emissão de gás carbônico. Do ponto de vista econômico, os fogões também podem contribuir para gerar renda”, comenta Leitão.

 

Contribuições para a igualdade de gênero

Os fogões agroecológicos e ecoeficientes estimulam o debate sobre a divisão do trabalho no interior das famílias. No Dia Internacional da Igualdade Feminina, comemorado em 26 de agosto, essa tecnologia social tem muito a dizer sobre as necessidades das mulheres na Caatinga e, especialmente daquelas que atuam na agricultura familiar, já que o seu trabalho tende a ser invisibilizado e não remunerado.

Estas tecnologias sociais buscam equilibrar a sustentabilidade social, econômica e ambiental e se alinham ao Objetivo para o Desenvolvimento Sustentável 5 – “Alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas”. Para tal, adotam a estratégia de promoção do empoderamento das mulheres, por meio da tecnologia, para alcançar a meta de aumentar o valor dos cuidados não-remunerados e promover responsabilidades domésticas compartilhadas.

 

Um pouco de história

Reprodução de publicação com passo-a-passo da construção de fogões, Casa da Mulher do Nordeste

Os fogões agroecológicos foram desenvolvidos pela Casa da Mulher do Nordeste (CMN), em parceria com agricultoras do Sertão do Pajeú, em Pernambuco.

Pesquisa realizada pela CMN com 30 mulheres agricultoras sobre os impactos  positivos desta tecnologia social identificou que, com o fogão agroecológico, há uma diminuição de aproximadamente 64% no tempo utilizado na obtenção da lenha, contribuindo para a redução no uso do gás butano (gás de cozinha) em 73%.

Já o fogão ecoeficiente foi desenvolvido pelo Instituto Perene, criado a partir de um processo de design participativo que envolveu mulheres, pedreiros, metalúrgicos, artesãos locais e um especialista do centro de pesquisa Aprovecho. Juntos, eles criaram um modelo adaptado à realidade e às práticas culinárias do Recôncavo da Bahia.

 

Vantagens dos fogões agroecológicos e ecoeficientes

  • Eficiente: preparo mais rápido de alimentos
  • Econômico: redução do uso de gás butano
  • Saudável: menor inalação de fumaça, mais higiene na cozinha
  • Liberação de tempo: mulheres e meninas coletam menos lenha
  • Meio ambiente: diminui desmatamento com uso reduzido de lenha e aproveitamento de gravetos e sobras de podas
  • Mitigação de GEE: reduz a emissão de dióxido de carbono (CO2)
  • Oportunidade de geração de renda

 

Recomendações de leitura

AMORIM, João Batista Barros; ARAÚJO, Ana Cáscia Leal de; MÉLO BRANDÃO, Anastácia; COSTA, Michelly Aragão; MORAES, Lorena Lima de. Mulheres e agroecologia: fogão agroecológico uma tecnologia de convivência com o Semiárido. Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Vol 10, No 3 de 2015.  Disponível em: http://revistas.aba-agroecologia.org.br/index.php/cad/article/view/18762

CASA DA MULHER DO NORDESTE. Mulheres na Caatinga: saberes, sabores e poesia [com passo-a-passo da construção do fogão agroecológico]. Disponível em https://issuu.com/cmnordeste/docs/cartilha_mulheres_na_caatinga_arte

FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL (Banco de Tecnologias Sociais). Fogões Agroecológicos por Casa da Mulher do Nordeste (Tecnologia social certificada em 2017). Mais informações em: https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/fogoes-agroecologico

FUNDAÇÃO BANCO DO BRASIL (Banco de Tecnologias Sociais). Fogões Eco-Eficientes, por Instituto Perene (Tecnologia social certificada em 2019). Mais informações em: https://transforma.fbb.org.br/tecnologia-social/fogoes-eco-eficientes

GOLD STANDARD. Gold Standard Improved Cookstove Activities Guidebook: Increasing commitments to clean-cooking initiatives. 2016. Disponível em: https://www.goldstandard.org/sites/default/files/documents/gs_ics_report.pdf

RUFINO, Sara Regina Miranda; SANTOS, Graciete Gonçalves dos. As mulheres na preservação da caatinga: a experiência dos fogões agroecológicos no sertão do Pajeú em Pernambuco. Cadernos de Agroecologia – ISSN 2236-7934 – Anais do VI CLAA, X CBA e V SEMDF – Vol. 13, N° 1, Jul. 2018. Disponível em: <http://cadernos.aba-agroecologia.org.br/index.php/cadernos/article/view/476/928>


FBDS amplia prazo para recebimento de propostas para para contratação de serviços especializados

A Fundação busca entidade especializada para apoiar o planejamento e execução de APLs de baixo carbono

A Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS) informa a todos os possíveis interessados que o prazo para encaminhamento de propostas para “Contratação de Serviços Técnicos Especializados em Planejamento e Apoio à Implementação; Elaboração e Monitoramento de Projetos de Arranjos Produtivos Locais (APLs)” foi ampliado.

Todas as informações necessárias para a participação no processo concorrencial constam do documento “Ato Convocatório – Concorrência No 001/2021”, publicado no dia 18 de agosto de 2021 no site do Projeto Rural Sustentável Caatinga, seção Projeto / Documentos do Projeto (LINK). Os documentos de Habilitação, a Proposta Técnica e a Proposta de Preço deverão ser entregues até às 23:59h do dia 16 de setembro de 2021, para o e-mail prs.caatinga20@fbds.org.br.


Relembre o significado das siglas usadas no PRS – Cerrado

O Projeto Rural Sustentável – Cerrado tem diferentes áreas de atuação. Em cada uma delas, há siglas que são utilizadas com frequência, sejam referentes às atividades desenvolvidas, às tecnologias produtivas apoiadas ou ao arranjo institucional, além de muitas outras . Abaixo nós preparamos o significado de algumas delas. Confira:

Atividades e agentes envolvidos

ABC – Agricultura de baixa emissão de carbono
ART – Anotação de Responsabilidade Técnica
ATER – Instituição de Assistência Técnica e Extensão Rural
ATEC – Agente que presta Assistência Técnica e Extensão Rural por meio das ATERs
BCs – Benefícios Coletivos
GEE – Gases de Efeito Estufa: Dióxido de Carbono (CO2), Metano (CH4), Óxido Nitroso (N2O) e etc.
MR – Microrregião. A atuação do projeto é definida por 13 MRs, nos 4 estados atendidos (GO, MT, MG e MS).
OSP – Organização Socioprodutiva, como associações, entidades de classe, cooperativas, dentre outras.
P&D – Pesquisa e Desenvolvimento. Abreviação usada para o Edital de Apoio à Pesquisa e Desenvolvimento, do PRS – Cerrado.
PN – Plano de Negócios
PRS – Cerrado – Projeto Rural Sustentável – Cerrado
UD – Unidade Demonstrativa. Área-modelo na propriedade que implementou uma ou mais técnicas produtivas sustentáveis apoiadas pelo PRS – Cerrado
UM – Unidade Multiplicadora. Propriedade onde vão ser implementadas uma ou mais tecnologias apoiadas pelo projeto

Parceiros institucionais

MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
UK – Governo do Reino Unido
BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento
IABS – Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Rede ILPF – Associação formada e cofinanciada pelas empresas Bradesco, Ceptis, Cocamar, John Deere, Soesp, Syngenta e pela Embrapa, com o objetivo de acelerar uma ampla adoção das tecnologias ILPF

Tecnologias apoiadas

ILPF – Integração Lavoura-Pecuária-Floresta, como sinônimo de SAF – Sistema Agroflorestal
ILF – Integração Lavoura-Floresta
ILP – Integração Lavoura-Pecuária
IPF – Integração Pecuária-Floresta
RPD – Recuperação de Pastagens Degradadas

Sobre o PRS – Cerrado

Somos financiados pela Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) é o responsável pela execução e administração do projeto e a Associação Rede ILPF, por meio da Embrapa, é a responsável pela coordenação científica e apoio técnico.


Divulgado resultado da Fase II do Edital de Pesquisa e Desenvolvimento

Está disponível o resultado da 4ª Etapa – Fase II do Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do PRS – Cerrado. Ao todo, nos quatro estados de atuação do projeto – GO, MG. MT e MS -, foram 20 propostas aprovadas, sendo cinco em Goiás, seis em Minas Gerais, quatro em Mato Grosso do Sul e cinco em Mato Grosso. A alta qualidade dos projetos de pesquisa resultou no aumento do número de aprovados e também do valor global disponível ao edital, que passou para R$ 4 milhões.

Na lista de aprovados, há universidades e institutos federais, empresas públicas, institutos de pesquisa e instituições do terceiro setor. Até a divulgação do resultado, os projetos de pesquisa passaram pela análise de elegibilidade, análise e julgamento pelo Comitê-Avaliador Técnico Científico, seleção pelo Comitê Estratégico, e avaliação pela equipe técnica do IABS. Em julho, cada um dos(as) coordenadores(as) esteve reunido com as Frentes de Pesquisa, Campo, Processos e Administrativo-financeiro do PRS – Cerrado, momento em que foram construídos em conjunto o Plano de Trabalho Detalhado e o cronograma de atividades, além da definição do prazo de execução das propostas.

O Edital de P&D

Este edital do PRS – Cerrado é voltado para a seleção de projetos inovadores de pesquisa e desenvolvimento (P&D) focados na agricultura de baixa emissão de carbono e inovações tecnológicas e de mercado em áreas do Cerrado em Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. “Buscamos pesquisas inovadoras que proporcionem impactos positivos no campo para a sociedade em geral. Essa é uma maneira de viabilizar ideias inovadoras e tecer uma rede de parcerias. São esses os pontos diferenciais que trouxemos para esse edital”, explica Natassia Armacolo, gerente de editais do Projeto Rural Sustentável – Cerrado.

Veja aqui o resultado da Fase II  do Edital de P&D


Pesquisas Direcionadas: veja os principais temas dos projetos em execução

Desenvolvidas em Unidades de Referência Tecnológica e de Pesquisa da Embrapa (URTPs) e em Unidades Demonstrativas (UDs) do PRS – Cerrado, além do envolvimento das Unidades Multiplicadoras (UMs), as Pesquisas Direcionadas já iniciaram suas atividades. São quase R$ 9 milhões investidos pelo projeto em 13 pesquisas, que envolvem mais de 140 pesquisadores(as), analistas e técnicos(as). ”As Pesquisas Direcionadas tiveram origem por meio de uma oficina com vários(as) pesquisadores(as) da Embrapa que são considerados(as) referência nos três eixos centrais do PRS-Cerrado. Foram avaliados temas prioritários para a região de estudo e posteriormente  selecionados aqueles que estavam alinhados com as metas do projeto”, diz Marcella Vidal, coordenadora de Pesquisa do PRS – Cerrado.

Essas 13 pesquisas são agrupadas em 5 grandes grupos: IoT (internet das coisas); Avaliação econômica; Desmatamento evitado; Nexus água-energia-alimentação / MRV (Monitoramento, Registro e Verificação) e Sistemas de produção por meio das URTPs. Cada um desses temas majoritários apresenta uma série de linhas de pesquisa, sempre com foco nos benefícios sustentáveis para o público-alvo e com a preocupação do PRS – Cerrado em repassar o conhecimento para a sociedade de forma acessível. “Trata-se de grandes grupos guarda-chuva. Por meio deles, conseguiremos mensurar algumas das grandes metas do projeto. Por exemplo, para medir a mitigação de gases de efeito estufa (GEE) que será alcançada por meio do PRS – Cerrado, vamos trabalhar com a integração de dados gerados por essas diversas pesquisas”, exemplifica Vidal.

Avaliação econômica
No âmbito da Avaliação econômica, com vista ao apoio e suporte econômico a produtores(as), pode-se destacar a avaliação do impacto regional da intensificação sustentável da produção rural, a aplicação de modelos a partir da verificação de preços, uso da terra e ambiente, e cenários futuros de expansão, competitividade e sustentabilidade para a agropecuária brasileira.

IoT
Já na Internet das coisas (IoT), os temas seguem pelo caminho do desenvolvimento de tecnologias em conexão com o(a) produtor(a), como por exemplo, redes de sensores para identificação automatizada de animais, alertas de controle de pragas por redes de estações meteorológicas, e modelos de projeção da produtividade da pastagem e da ingestão de forragem pelos animais.

Desmatamento evitado
Dentro do tema do Desmatamento evitado, o norte é estimar o desmatamento evitado e os valores de bens ecossistêmicos gerados e produzidos no bioma Cerrado. Desta forma será possível auxiliar no direcionamento de políticas e investimentos para áreas com alto risco de desmatamento ou com potencial para desenvolvimento de serviços ecossistêmicos.

Nexus água-energia-alimentação
Em outra frente, a abordagem Nexus atua de maneira conjunta com o MRV. Assim, será possível analisar as inter-relações entre os recursos água, alimento e energia, buscando aumento de produtividade e não comprometendo a segurança quanto ao acesso desses recursos, bem como permitir que os dados coletados em diferentes escalas (local e regional) sejam compatíveis entre si.

Sistemas de produção
Por fim, as pesquisas relacionadas aos Sistemas de produção são desenvolvidas nas URTPs, que correspondem a fazendas onde a Embrapa desenvolve estudos de ponta sobre as tecnologias apoiadas pelo PRS – Cerrado. Nessas pesquisas serão estudadas diferentes áreas relacionadas com a produção – balanço de carbono em sistemas ILPF, avaliação do desempenho animal, qualidade do solo, dentre outros. Esses ensaios buscam o apoio técnico científico para responder os desafios da agropecuária de baixa emissão de carbono.

As Pesquisas Direcionadas ocorrem simultaneamente ao Edital de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) do PRS – Cerrado, que recentemente selecionou 20 projetos voltados para temas prioritários de estudo nas temáticas de Sustentabilidade na Produção Agropecuária,  Agricultura de baixa emissão de Carbono e também de Inovações Tecnológicas e de Mercado.

Sobre o PRS – Cerrado

O PRS – Cerrado é financiado pela Cooperação Técnica BR-T1409 aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) com recursos oriundos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional. O Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS) é responsável pela execução e administração técnica, financeira e fiduciária do projeto (Convênio BID – IABS ATN/LC-1708-BR). A Associação Rede ILPF, por meio da Embrapa, é a responsável pela coordenação científica e apoio às demais atividades executivas do projeto.


Lançado resultado integrado do Edital de Pré-qualificação de Instituições de ATER

O PRS – Cerrado lança nesta sexta-feira (03) o resultado integrado da 1ª e 2ª Chamada do Edital de Pré-qualificação de Instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER).

Ao todo, foram 128 instituições pré-qualificadas, que poderão participar das ações de capacitação e de outras iniciativas oferecidas pelo PRS – Cerrado. No entanto, 26 dessas apresentaram pendências documentais ou não atingiram critérios mínimos de elegibilidade do edital e, portanto, não poderão participar dos próximos editais de prestação de serviços de ATER.

O que vem pela frente?

O PRS – Cerrado vai oferecer capacitação técnica a essas instituições pré-qualificadas, por meio do Ensino à Distância (EaD) e atividades presenciais, sobre as temáticas abrangidas no âmbito do projeto: pecuária 4.0, sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), entendidas como sinônimos de Sistemas Agroflorestais, Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD), crédito rural, certificação, finanças verdes, dentre outros.

Também serão iniciados novos processos seletivos, desta vez para a contratação das instituições de ATER que irão prestar os serviços nas Unidades Demonstrativas (UDs) e Unidades Multiplicadoras (UMs) participantes do PRS – Cerrado.

Confira aqui o resultado integrado da 1ª e 2ª Chamada do Edital