Programa Rural Sustentável
Contribuindo para uma transição de baixa emissão de carbono na agropecuária brasileira
SOBRE O PROGRAMA
O Programa Rural Sustentável contribui para uma transição na agropecuária dos principais biomas do Brasil. Buscamos restaurar terras desmatadas e degradadas em propriedades de pequeno e médio porte para melhorar a produtividade. Isso é possível com o uso de práticas de produção agrícola baixa emissão de carbono e de tecnologias sociais, ao passo que evita o desmatamento ilegal e a pressão pela expansão de novas áreas produtivas. São 62,3 milhões de euros destinados a esse grande objetivo. Mostramos, na prática, que é possível fazer mais e melhor com a área já usada pela agropecuária tradicional.
Estamos presentes em 21% do território brasileiro, em uma área de 1,7 milhão de km², atuando em 252 municípios. A fins de comparação, essa abrangência corresponde à soma da extensão de países como Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Grécia e Bélgica.

2012
Início: biomas Amazônia e Mata Atlântica
Foi aqui que tudo começou: a Fase 1 do PRS, que se estendeu até 2019. O objetivo consistiu em melhorar a gestão da terra e das florestas por agricultores(as) nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, alavancando um desenvolvimento rural sustentável, reduzindo a pobreza no meio rural, conservando a biodiversidade e protegendo o clima.

2019
Inícios da atuação na Caatinga e no Cerrado
A partir da experiência exitosa na Fase 1 e buscando superar os desafios das lições aprendidas, buscamos implantar práticas produtivas sustentáveis e em harmonia com o território. Inicia-se o PRS – Caatinga e o PRS – Cerrado, que se estendem até 2023.
Nos dois biomas, busca-se a promoção de técnicas produtivas sustentáveis e rentáveis para uma agropecuária de baixa emissão de carbono. É desenvolvido conhecimento em conjunto com comunidades, respeitando-se a vocação da terra e aperfeiçoando tecnologias produtivas.

2021
Início da extensão para o bioma Amazônia
Com base nas conquistas da Fase 1 do PRS, a extensão no bioma Amazônia tem lançamento em 2021, com o objetivo de desenvolver cadeias de valor sustentáveis. O projeto é voltado para organizações socioprodutivas, trabalhando toda a cadeia produtiva, desde a produção primária e o beneficiamento do produto, até a comercialização e certificação sustentável.

2023
Fim da atuação nos biomas Caatinga e Cerrado
Após 4 anos de execução, o PRS finaliza sua atuação nos biomas Caatinga e Cerrado. Espera-se incrementar a renda em até 25% de produtores e produtoras rurais beneficiados(as), com mais de 28 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa reduzidas por meio do desmatamento evitado e com mais de 3 mil propriedades rurais adotando práticas agrícolas sustentáveis.

Fim do Rural Sustentável
Neste ano, marca-se o fim da extensão na Amazônia e, assim, a finalização da atuação do PRS. Apenas neste bioma, espera-se 2 mil hectares de desmatamento evitado, 600 famílias de pequenos(as) produtores(as)/extrativistas que melhoram suas práticas produtivas, 15 organizações socioprodutivas fortalecidas e 6 mil hectares de terra manejadas de forma sustentável.
BENEFÍCIOS DA AGROPECUÁRIA DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO
A agropecuária é entendida como a junção da agricultura com a pecuária. Para além das práticas tradicionais, diversas tecnologias podem ser implementas para aumentar a produtividade e resiliência do solo, ao mesmo tempo em que se reduz a pressão pelo aumento de novas áreas, combatendo o desmatamento ilegal e vivendo em convivência harmônica com o território.
É possível uma transição efetiva para uma agricultura e pecuária sustentáveis!
O Programa Rural Sustentável contribui para alavancar a produção agrícola por meios sustentáveis. Possibilita um aumento significativo na área produtiva de ecossistemas críticos, como a Amazônia, ao serem efetivamente protegidos e restaurados quando integram práticas de gestão sustentável para reduzir as emissões, construir resiliência climática e combater a pobreza no meio rural.
E a agricultura brasileira vem realizando diversas ações para reduzir o impacto ambiental, como a adoção de novas tecnologias e alternativas de manejo ou de integração de sistemas diferentes em uma mesma área. Neste contexto, o Rural Sustentável se apresenta como instrumento para proteger a biodiversidade e impulsionar os resultados positivos da natureza, uma vez que busca:
Proteger, restaurar e gerenciar os recursos naturais de forma sustentável para aumentar a resiliência dos ecossistemas e os serviços que deles provem.
Atuar de acordo com a vocação produtiva de cada território e diminuir os causadores da perda na biodiversidade e da degradação dos ecossistemas.
Potencializar o valor da natureza e seu uso de forma sustentável, gerando modificações institucionais e de tomada de decisões pelos atores de mudança a nível local, governos subnacionais, sistema financeiro, negócios e indivíduos.
COMO ATUAMOS
OBJETIVO GERAL
Conservar os recursos naturais da biodiversidade e evitar o desmatamento ilegal por meio do aumento da produtividade e rentabilidade no uso sustentável da terra, diminuindo a pobreza no meio rural.OBJETIVO PRINCIPAIS
Pessoas
• Aumentar a renda de produtores e produtoras rurais;
• Aprimorar o acesso a incentivos para seu desenvolvimento sustentável.
Natureza e uso do solo
• Alavancar o uso de sistemas produtivos sustentáveis, com ganhos em biodiversidade e conservação dos recursos naturais;
• Promover a manutenção dos serviços ecossistêmicos e a conservação da biodiversidade por meio de ações de restauração de paisagens degradadas;
• Promover a capacitação de produtores(as) rurais para a consolidação de uma agropecuária de baixa emissão de carbono.
Clima
• Transformar os métodos de produção tradicional para uma agropecuária mais sustentável e resiliente às mudanças do clima;
• Reduzir as emissões de GEE por meio da restauração de áreas antropizadas e proteção do meio ambiente.
TECNOLOGIAS DE BAIXA EMISSÃO DE CARBONO
Os sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), entendidos como Sistemas Agroflorestais (SAFs), e a Recuperação de Pastagens Degradadas (RPD) são estratégias de produção. A primeira integra diferentes atividades agrícolas, pecuárias e florestais na mesma área, em cultivo consorciado, em sucessão ou em rotação, buscando efeitos sinérgicos entre seus componentes, contemplando a adequação ambiental e a viabilidade econômica. Já a RPD consiste em técnicas que promovem a recuperação da capacidade produtiva das pastagens degradadas, proporcionando o incremento na produtividade das espécies forrageiras.
- SISTEMAS INTEGRADOS melhoram a pecuária, a lavoura e mantêm a floresta em pé.
- RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS restabelecem a cobertura do solo e do vigor das plantas forrageiras existentes na pastagem impacto


TECNOLOGIAS SOCIAIS
São produtos, técnicas ou metodologias reaplicáveis, desenvolvidas na interação com as comunidades e que representem soluções efetivas para a transformação social em escala
Reconhecemos a Caatinga como um laboratório a céu aberto que cria, sistematiza e promove intercâmbios entre os saberes de produtores rurais e a experiência das organizações sociais em diálogo com conhecimento técnico e científico desenvolvido na região.
Metas para fase II
PRS – Caatinga
- 1.500 produtores(as) rurais mobilizados(as)
- 600 hectares de manejo sustentáveis
- 200 hectares de área conservada em propriedade privada
- + 15% de melhoria na renda familiar
- +120 profissionais de ATER capacitados
- 200 hectares de área restaurada
- 20 milhões de toneladas de CO2 evitado
- Adoção de tecnologias sociais inovadoras em energia e água
- Publicação da coletânea Cadernos do PRS Caatinga, com resultados de pesquisa sobre condições ambientais e sociais e impacto das tecnologias de baixo carbono para sua restauração e conservação;
- Em parceria com a UNIVASF, promove de curso lato sensu em tecnologias agrícolas de baixo carbono, com 600 inscritos, voltado para a qualificação de serviços de ATER;
- Realiza o mapeamento de Uso do Solo e Hidrografia a partir de imagens de satélite em alta resolução;
- Promove o fortalecimento de diversas redes de stakeholders, incluindo a formação de um Comitê Técnico Territorial que reúne representantes de diversos setores atuantes na Caatinga.
PRS – Cerrado
- + de 16 mil pessoas beneficiadas
- 4.500 produtores(as) rurais capacitados(as)
- 1.500 produtores(as) rurais com acesso ao crédito melhorado
- 300 mil hectares implantados de tecnologias de baixa emissão de carbono
- 3 mil Unidades Multiplicadoras apoiadas
- 170 Unidades Demonstrativas identificadas
- 20 organizações socioprodutivas fortalecidas
- 33 pesquisas apoiadas
- Mestrado Profissional em parceria com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) em ABC
- Curso de Ensino a Distância em parceria com o Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho
- Utilização de instrumentos financeiros inovadores em Finanças Verdes, para alavancar o crédito rural, os créditos de carbono e com potencial para replicar em outros biomas
Comparecimento em ações de capacitação em mobilização
- 9 mil produtores(as) rurais
- 7.800 jovens
- 1.750 profissionais de ATER
PRS – Amazônia (extensão)
- 400 mil toneladas de emissão de GEEs mitigadas por desmatamento evitado
- 15% de aumento de renda familiar bruta anual
- 10% de aumento na produtividade
- 600 famílias de produtores(as)/extrativistas adotando práticas de produção sustentável
Resultados alcançados na Fase I
Amazônia
- Cerca de R$ 24 milhões de reais desembolsados diretamente para produtores(as) rurais
- 1.559 Unidades Multiplicadoras apoiadas
- 17.922 participantes em ações de capacitação
- 3 treinamentos presenciais realizados com Agentes de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATECs)
- 133 Unidades Demonstrativas
Mata Atlântica
- Mais de R$ 19 milhões de reais desembolsados diretamente para produtores(as) rurais
- 1.984 Unidades Multiplicadoras apoiadas
- 22.677 participantes em ações de capacitação
- 4 treinamentos presenciais realizados com ATECs
- 218 Unidades Demonstrativas
ONDE ATUAMOS

Amazônia
Caracterização do bioma
- Presença de comunidades tradicionais, ribeirinhas e quilombolas.
- Estruturação de cadeias de valor (como peixes redondos, café, açaí, castanha do Brasil e cacau), + aumento de produtividade e de renda.
Como o programa atua (extensão)
- Presente em 109 municípios.
- O foco é evitar o desmatamento ilegal com o apoio a cadeias produtivas sustentáveis de açaí, café, peixes, castanha e cacau, que possibilita aumento de renda e de produtividade;
- Promoverá o desenvolvimento de cadeias produtivas, econômica e ambientalmente sustentáveis, baseadas na agregação de valor de produtos amazônicos, assistência técnica e fortalecimento de organizações socioprodutivas.
Cerrado
Caracterização do bioma
- Maior produtor de grãos no país.
- Intensificação da produção sustentável (redução da pressão para abertura de novas áreas produtivas).
Como o programa atua
- Transição efetiva para uma agricultura sustentável, capacitando quase 10 mil pessoas e impulsionando a transformação em escala, em 4 estados e 101 municípios.
- Viabiliza a aplicação de incentivos para a adoção de boas práticas de gestão ambiental resilientes e, ao mesmo tempo, rentáveis.
- Curso de mestrado com a Universidade Federal de Lavras (UFLA) em ABC;
- Curso de Ensino a Distância em parceria com a Fundação Roberto Marinho;
- 20 organizações socioprodutivas fortalecidas;
- 300 mil hectares implantados de tecnologias de baixo carbono;
- + de 16 mil pessoas beneficiadas;
- 4.500 produtores(as) rurais capacitados(as)
- Utilizará instrumentos financeiros inovadores, como o SAFF, para alavancar o crédito rural, os créditos de carbono e com potencial para replicar em outros biomas.
Caatinga
Caracterização do bioma
- Único bioma exclusivamente brasileiro, estratégico em relação à biodiversidade.
- Agricultura predominantemente de base familiar, desenvolvida em minifúndios.
Como o programa atua
- Presente em 5 estados brasileiros, com 37 municípios.
- Atua no fortalecimento de 20 Arranjos Produtivos Locais com a implantação de tecnologias agrícolas de baixo carbono, dialogando com as prioridades da política pública AgroNordeste;
- Promove estratégias sustentáveis para produção de alimentos conciliando a conservação de solos e a transformação de terras degradadas em agricultáveis para deter o avanço do processo de desertificação;
- Beneficia 1.725 pessoas, com adoção de tecnologias sociais inovadoras em energia e água;
- Em parceria com a UNIVASF, de curso lato sensu em tecnologias agrícolas de baixo carbono, com 600 inscritos, voltado para a qualificação de serviços de ATER;
- Mapeamento de Uso do Solo e Hidrografia a partir de imagens de satélite em alta resolução;
- Fortalecimento de diversas redes de stakeholders, incluindo a formação de um Comitê Técnico Territorial que reúne representantes de diversos setores atuantes na Caatinga.
Mata Atlântica
Caracterização do bioma
- Composto por um conjunto de florestas e ecossistemas que corresponde a 15% do território brasileiro, formando uma floresta densa e fechada;
- Além da presenção em 17 estados brasileiros, também abrange uma parte do Paraguai e da Argentina.
Como o programa atuou
- O bioma Mata Atlântica constituiu um desafio especial, abrangendo áreas extremamente variadas do ponto de vista biofísico e socioeconômico, que vão desde o Sul até o Nordeste brasileiro. A atuação do Programa foi em torno da aplicação de tecnologias sustentáveis variadas, prestando assistência técnica e extensão rural, melhorando a gestão da terra e das florestas..
QUEM SOMOS
Somos financiados pela Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional. Atuamos nos biomas Cerrado e Amazônia, executado e administrado pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade (IABS), e no bioma Caatinga, executado e administrado pela Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS). Na primeira fase do Programa, desenvolvemos trabalhos nos biomas Amazônia e Mata Atlântica.

Em um contexto mais amplo, o Programa dialoga diretamente com grandes políticas públicas brasileiras estruturantes, com destaque para o Plano setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária com vistas ao Desenvolvimento Sustentável, o ABC+, e como instrumento setorial para o cumprimento da Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, na sigla em inglês).
A atuação nos biomas também se conecta com políticas públicas específicas para os respectivos territórios. Destacam-se dois biomas: na Caatinga, o PRS dialoga com o AgroNordeste; na Amazônia, o PRS alavanca a promoção de paisagens produtivas com extrativismo (coleta silvestre) e métodos de agropecuária de baixa emissão de carbono, com o objetivo de garantir resiliência ambiental, social e econômica, ao mesmo tempo que reduz a necessidade de conversão da vegetação nativa, consequentemente reduzindo o desmatamento ilegal e a degradação do solo na Amazônia. O PRS – Amazônia, ao intervir em três municípios (Lábrea, São Félix do Xingú e Altamira), que também são municípios prioritários do Conselho Nacional da Amazônia Legal, chefiado pelo Vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
Ainda, dialogamos diretamente com a política Águas do Agro, que promove o desenvolvimento econômico sustentável no meio rural por meio da adoção de medidas e práticas de conservação de solo e água, com manejo eficiente dos recursos naturais. O foco dessa política é em microbacias hidrográficas e no fortalecimento de tecnologias sustentáveis do uso da água e do solo.
De forma tangencial, podemos citar a interlocução do Rural Sustentável com o Programa Nacional de Levantamento e Interpretação de Solos do Brasil (PronaSolos). Afinal, o Rural chega a um território tão amplo e a localidades de tamanhos, características do solo e biodiversidade tão abrangentes, que a conexão com o PronaSolos pode se aprofundar ainda mais. Há, também, esforços do governo brasileiro para construir a Plataforma do PronaSolos, que reunirá informações do solo brasileiro. Os dados poderão ser acessados por pesquisadores(as), produtores(as) rurais e pela população em geral, de forma gratuita.

A maior política brasileira voltada para a agricultura de baixa emissão de carbono
NDC BRASILEIRA: Contribuição Nacionalmente Determinada
Obtenção de resultados concretos voltados à economia de baixo carbono
Sinergia com políticas públicas para além do ABC+



RESULTADOS ESPERADOS
Reduzir a emissão
de cerca de
29M tons
de gases de efeito
estufa por meio de desmatamento evitado
sustentável
306.800 ha
de terra
Aumento de até
25%
da renda de produtores e produtoras rurais nas áreas de intervenção
Redução da pressão para desmatar novas áreas, com quase
50.000 ha
de terra sob
gestão sustentável, evitando diretamente
o desmatamento
em 805.50 ha
Aumento de até
10%
em produtividade, em cadeias sustentáveis
na Amazônia
Evitar o desmatamento
em uma área de
132.000 ha
Beneficiar cerca de
30 mil
pessoas
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