Evento, em 11/11, reuniu autoridades brasileiras e internacionais para apresentar o Projeto que, em quatro anos, busca alavancar a agricultura de baixa emissão de carbono no bioma
Investimentos na ordem de R$ 50 milhões de reais, seis cadeias produtivas fortalecidas nos estados do Amazonas, Pará e Rondônia, 6.000 hectares de terra manejados de forma sustentável, 1.500 pequenos(as) produtores(as) e extrativistas capacitados(as) e/ou sensibilizados(as), 15 organizações socioprodutivas fortalecidas e com 600 famílias adotando práticas agrícolas de baixa emissão de carbono. Essas são algumas das metas que o Projeto Rural Sustentável – Amazônia se propõe a atingir até 2025. Lançado no Hub do Consórcio da Amazônia Legal, no dia 11 de novembro, durante a 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP27, o PRS – Amazônia é voltado ao fortalecimento de cadeias produtivas sustentáveis, à agricultura de baixa emissão de carbono e à conservação do bioma.
Para o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável e Irrigação do Mapa, Cleber Soares, o projeto lançado hoje é a operacionalização do Plano ABC + no bioma amazônico. “O PRS-Amazônia é um projeto que visa levar o desenvolvimento rural sustentável para a região amazônica, promovendo cadeias produtivas cada vez mais mais sustentáveis e, consequentemente, descarbonizantes. E, de certa forma, também contribui para reduzirmos a pressão pelo desmatamento na região amazônica, esse bioma tão importante para todo o mundo, não só para o Brasil”, avalia. David Saddington, Head of Sustainable Supply Chains, na International Forest Unit, do Governo do Reino Unido, destacou o grande impacto que será gerado não só pelo PRS – Amazônia, mas por todo o Programa Rural Sustentável, com aumento de renda de até 25%. “Benefícios combinados da Fase I e II vão apoiar o planeta até 2025, evitando o desmatamento, reduzindo as emissões de Gases de Efeito Estufa e, claro, beneficiando 35 mil pessoas”. E completou destacando que “essa é a COP da implementação. E é um sinal fantástico de como o recurso está chegando na ponta, nos produtores, que também estão sendo envolvidos nesta transição sustentável”. As falas foram seguidas por Esperanza Gonzales, especialista setorial do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), e Alejandro Muñoz, Diretor de Internacionalização do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS, instituição responsável pela execução do PRS – Amazônia.
Participaram também representantes de dois dos estados em que o PRS – Amazônia estará presente, além do Consórcio da Amazônia Legal. O Secretário de Estado de Desenvolvimento Ambiental de Rondônia, Marco Antonio Ribeiro de Menezes Lagos, ressaltou que a agricultura de baixo carbono ajuda a manter a segurança alimentar. “Também tem papel no respeito às cadeias produtivas tradicionais e na melhora de novas cadeias produtivas, para que sejam sustentáveis, servindo à população como um todo a que vai produzir e a que vai consumir esse produto”. Já o secretário de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, destacou que o PRS – Amazônia sinergia com as outras que já existem no território do Pará. Por fim, o Secretário Eduardo Tavares, representando o Consórcio da Amazônia Legal, destacou que “é muito bom estar com todos esses parceiros hoje, vendo uma entrega real. A migração para implantação de uma agricultura de baixo carbono e economia verde na Amazônia é algo concreto que está acontecendo. Tem muita sinergia!”, finalizou.
O PRS – Amazônia é resultado da Cooperação Técnica aprovada pelo BID, com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o MAPA como beneficiário institucional e o IABS como responsável pela execução do Projeto.
Comunidades tradicionais, povos indígenas e mulheres
Açaí e cacau no estado do Pará; castanha-do-Brasil e pirarucu (de manejo) no Amazonas; café e peixes redondos em Rondônia: o Projeto Rural Sustentável – Amazônia atuará em seis cadeias produtivas priorizadas de produtos amazônicos, em três estados brasileiros. As ações são voltadas ao fortalecimento dessas cadeias produtivas, à promoção de marcas amazônicas, à inserção de mercado dos produtos, à assistência técnica e extensão rural, à capacitação, além do fortalecimento e nucleação executiva de ações a partir de coletivos de pequenos produtores(as) e extrativistas: as Organizações Socioprodutivas (OSPs).
As cadeias serão trabalhadas de forma integrada e interligada, sendo consideradas desde o cultivo e/ou extração até a sua comercialização. O PRS – Amazônia possui foco em sistemas e tecnologias de produção sustentáveis que priorizam a natureza e a substituição de práticas associadas ao desmatamento, além do fortalecimento das organizações de produtores(as) e extrativas para facilitar o acesso a mercados, informações e serviços, demonstrando o valor da proteção e restauração do bioma. As ações envolvendo as OSPs terão um olhar mais específico para as organizações compostas, em sua maioria, por comunidades tradicionais, povos indígenas e mulheres.
O Projeto também oferecerá um rol de ações formativas, que vão desde o Ensino a Distância, passando por Dias de Campo, cursos presenciais, ações de empoderamento social e Mestrado Profissional: tudo especialmente desenhado para as características da Amazônia e de práticas de baixa emissão de carbono.
Conheça mais sobre o PRS – Amazônia em: http://prsamazonia.org.br/ e acompanhe pelas redes socias: @prsamazonia
Projeto é o segundo no bioma amazônico
O PRS – Amazônia faz parte do Programa Rural Sustentável (PRS), que atua no Brasil há mais de uma década, e busca contribuir para uma transição sustentável na agricultura e pecuária dos principais biomas do Brasil, a partir do uso de práticas agrícolas de baixa emissão de carbono e de tecnologias sociais, ao passo que evita o desmatamento ilegal e a pressão pela expansão de novas áreas produtivas. Em sua primeira fase, o PRS atuou na Amazônia e na Mata Atlântica até 2019 e beneficiou cerca de 4 mil produtores(as) em 70 municípios, com mais de 46 mil hectares de terra com desmatamento e degradação evitados e mais de 30 mil participantes em ações de capacitação.
Na fase atual – a segunda –, o Programa retorna ao bioma amazônico, além de atuar na Caatinga e no Cerrado. Com essa atuação, considerando os três biomas, espera-se aumentar em até 25% a renda de produtores e produtoras rurais, por meio do aumento de até 10% da produtividade da terra, a redução de 29M tons de gases de efeito estufa por meio do desmatamento evitado, e mais de 30 mil pessoas beneficiadas. Ao todo, são cerca de 84 milhões de dólares destinados à agricultura de baixa emissão de carbono, com presença em cerca de 21% do território brasileiro. A fins de comparação, essa abrangência corresponde à soma da extensão de países como Portugal, Espanha, França, Itália, Suíça, Grécia e Bélgica.