PRS-Amazônia atuará em 3 estados e 47 municípios prioritários e propõe ações robustas de soluções positivas para apoiar cadeias produtivas e conservar o bioma
A maior biodiversidade do planeta é celebrada no 5 de setembro. O Dia da Amazônia reforça os mais de 7 milhões de km² de território e relembra a necessidade de preservação do lar de mais 2.500 espécies de árvores, 30 mil espécies de plantas e 6 mil espécies de animais. E é para se somar aos esforços atualmente empreendidos que o Projeto Rural Sustentável – Amazônia inicia suas atividades, com foco estratégico na nucleação de ações em torno de Organizações Socioprodutivas (OSPs), contribuindo com a inserção socioprodutiva de produtores(as) e extrativistas, apoiando produtos sustentáveis amazônicos e promovendo a conexão e integração do mercado, sempre com um olhar para um legado positivo para o território.
Com um olhar específico para um público-alvo amplo, e investimentos na ordem de mais de R$50 milhões de reais, apoiaremos 6 cadeias produtivas e 15 OSPs durante 4 anos. Com isso, alcançaremos o marco de 1500 produtores(as) e extrativistas sensibilizados(as) e envolvidos(as) em atividades de formação, e pelo menos 600 famílias adotando práticas produtivas sustentáveis e de baixa emissão de carbono. Tudo isso com o envolvimento e diálogo constante com mais de 400 stakeholders de referência das cadeias produtivas mapeadas.
Para alcançar essas metas, o PRS – Amazônia possui foco em sistemas e tecnologias de produção sustentáveis que priorizem a natureza e a substituição de práticas tradicionais associadas ao desmatamento; e o fortalecimento das organizações de agricultores(as) para facilitar o acesso dos produtores(as) aos mercados, informações e serviços, demonstrando o valor da proteção e restauração do ecossistema.
Abaixo, vamos conhecer um pouco mais sobre o território de atuação do PRS – Amazônia e das cadeias produtivas apoiadas.
Castanheiras e o bacalhau da Amazônia: conhecendo mais as ações no Amazonas
No AM encontramos diversas áreas protegidas, sendo 36 para uso sustentável, 13 em proteção integral e 77 terras indígenas. Os principais atores presentes na região são: associações extrativistas, associações de produtores, cooperativas, terceiro setor, instituições privadas e o consumidor dos produtos da região.
O Pirarucu é considerado um peixe da carne nobre, mais conhecido como “bacalhau da Amazônia”, por ser comercializado fresco, seco, salgado ou defumado. Seus cortes como cabeça, língua, carcaça, escamas e pele são comercializados nacional e internacionalmente. O manejo dessa espécie produz em torno de 3 milhões de toneladas por ano. O manejo sustentável da espécie gera benefícios ambientais, sociais e econômicos. A proteção do pescado ajuda na sobrevivência de outras espécies importantes para o equilíbrio biológico do bioma; agrega comunidades tradicionais, possibilitando investimentos em locais de uso coletivo que geram autonomia para os(as) pescadores(as), como capacitações e treinamentos; e por fim gera maior produtividade pesqueira na região.
A Castanha, aquela que é toda do Brasil, possui uma amêndoa com alto valor nutricional para a alimentação, além de ser utilizada na fabricação de óleos e cosméticos por sua alta ação hidratante. O ouriço, que contém a semente, também é altamente aproveitado como artesanato e até mesmo como combustível. Em torno de 65% de sua produção atende o mercado interno, sendo os 35% restantes exportados principalmente para a Bolívia e o Peru. As castanheiras são peças fundamentais no processo produtivo e, junto a outras comunidades tradicionais, são as principais responsáveis pela organização de mercado deste produto.
Do potencial para exportação à demanda interna: o Pará e as cadeias produtivas do Açaí e do Cacau
Utinga, branco, açaí-açu e preto: você sabia que essas são algumas das variedades de açaí existentes? No estado paraense, o projeto se propõe a gerar impacto positivo nesta cadeia global de exportações, com demanda crescente para países como Japão, Alemanha e Bélgica. Entendemos e nos propomos a apoiar e aperfeiçoar o papel de produtores e produtoras e lideranças comunitárias, com o apoio a Associações e Cooperativas que atuam nesta cadeia.
No território, o PRS – Amazônia vai atuar em 15 municípios prioritários, com as cadeias produtivas do Cacau e do Açaí, na região da Bacia do Xingu e na região de integração Tocantins – Rio Capim, respectivamente. Nesse território, caracterizado pela presença de médios produtores(as), temos polos produtivos cacaueiros importantes para o país, como Medicilândia. Importante destacar todo o potencial dessa cadeia, haja vista que atualmente a produção do estado supre apenas 40% da demanda nacional. Outro ponto importante é o pouco uso de maquinários, com destaque para a mão de obra das centenas de trabalhadores e trabalhadoras envolvidos na produção.
O Estado de Rondônia e as cadeias produtivas de Peixes Redondos e Café
A demanda por peixes chamados redondos tem crescido bastante nos últimos anos. Pescados como Tambaqui, Pirapitinga, Pacu e seus híbridos possuem características importantes para sua produção e comercialização: ganham peso rápido e possuem bastante resistência ao frio. No último ano, 65.500 toneladas de peixes redondos foram produzidos, sendo o município de Ariquemes o principal produtor da região. Apesar de encontrar bastante saída para o mercado interno, tem como principal importador os Estados Unidos.
E você sabia que o café é outra cadeia produtiva importante para o estado? Rondônia é o 2º colocado na produção do tipo Conilon, espécie de maior recorrência de produção no Brasil, conhecida por possuir maior resistência ao manejo e a produtividade em lavouras do que outras, como a Arábica por exemplo. A catação seletiva é feita principalmente por mulheres, sendo estas consideradas mais aptas ao trabalho pelo cuidado na seleção e na apuração da qualidade do mesmo. Cerca de 80% de sua produção se destina a outros estados, 12% ao consumo regional e 8% são destinados à exportação.
SOBRE O PROJETO RURAL SUSTENTÁVEL – AMAZÔNIA
O PRS – Amazônia é fruto de parcerias: Cooperação Técnica aprovada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), com recursos do Financiamento Internacional do Clima do Governo do Reino Unido, tendo o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) como beneficiário institucional e o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento e Sustentabilidade, o IABS, como responsável pela execução.